terça-feira, 30 de março de 2010

Prática Pedagógica

O (re) construir da prática pedagógica deve ser centrado nas necessidades do educando- suas dificuldades, dúvidas e anseios. Devemos primeiramente perceber as habilidades e competências que desejamos desenvolver considerando os conteúdos que referenciam cada ano e modalidade de ensino e a ‘bagagem’ – os conhecimentos adquiridos pela experiência de vida em convivência com o meio social.
Articular esses conteúdos à vivência dos alunos seja ela profissional, social, política, econômica não é tarefa fácil, mas imprescindível à prática do professor da EJA. Precisamos de ‘muita vontade’ e boa formação continuada para ampliarmos nossa bagagem teórica e multiplicarmos, reinventarmos nova maneiras de construir e desenvolver a aprendizagem. Como autor referencial desta modalidade de ensino, Paulo Freire (perspectiva progressista) ousa e desenvolve o princípio da educação pelo diálogo, criando procedimento a partir do desenvolvimento deste no processo educativo e ainda buscando desconstruir o preconceito e enfoque assistencialista dado a essa modalidade de ensino. Com este método, ele acreditava desenvolver nos alunos a aprendizagem focada na autonomia e controle do educando no seu próprio processo de aquisição do conhecimento.
O fazer e refazer pedagógicos possibilitam maior integração e direcionamento às especificidades do conhecimento que desejamos desenvolver somando-se assim a diversidade de experiências e os conteúdos propostos, adequando-os à realidade e nível dos alunos.
Por tudo isso, venho reiterar minha crença e renovar as esperanças, pois acredito que podemos e somos capazes de reinventarmos nossa prática cotidianamente para que nossos alunos não percam o encantamento e percebam a importância da educação na sua vida prática, o capitalismo selvagem exige de nós mais conhecimento, ele hoje nos aparece como a esfinge (mitologia grega) e está pronta para devorar aqueles menos preparados deixando-os as margens sociais como um todo, inclusive ao direito de ‘viver dignamente’. A educação ainda é a alternativa para essa libertação (assim pensava Karl Marx) e ela nos contempla possibilidades até então só sombreadas (como descreve Platão no Mito da Caverna) para ampliarmos os saberes, melhorar as experiências, alçar vôos mais longíquos e fazê-los se sentir ‘gente’.

Cydnara Ximenes de Melo
Socióloga e Psicopedagoga
cydnara@hotmail.com
Texto produzino no curso de Especialização em Educação Profissional – PROEJA – IFCE na Disciplina: Teorias da Educação e a Formação de Educadores da Educação Profissional integrada à Educação Básica.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Educação e Diversidade - Reflexões desenvolvidas na Especialização PROEJA - IFCE

EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE

A educação como via de articulação do conhecimento e saberes humanos construídos e desconstruídos ao longo da vida precisa se fazer universal. Pensando assim, encontramos um desafio que vem tentando ser superado através de ações idealizadas pelo governo Lula.
A educação para a diversidade parte-se do pressuposto da democratização do ensino, tendo a escola como lócus institucional e educacional, precisamos considerar todos os aspectos e sujeitos envolvidos para a construção e perpetuação desta, no viés dos índices que reiteram essas melhorias.
Devemos considerar todas as demandas particulares de cada grupo visto a promover políticas específicas para que a diversidade não seja mais um fator se desigualdade em nosso país. Temos que valorizar os saberes e experiências já vivenciados pelos nossos alunos (sejam eles da educação infantil ou da EJA) para que possamos articular as idéias existentes aos conteúdos sistematizados, considerando inclusive os aspectos culturais locais que contribuíram para a formação do(s) grupo(s) em si. Para isso, precisamos investir na formação de professores, utilização dos recursos didáticos adequados à realidade, manter infra estrutura minimamente adequada para que possamos despertar encantamento nos alunos.
Não podemos esquecer que a qualidade social da educação implica na consideração dos recursos pedagógicos das distintas realidades nacionais, de modo a valorizar as experiências, saberes e culturas do nosso país.
Considerando a família como primeiro ambiente socializador da criança, a educação informal, baseada nos valores universais do seio familiar vem interferir diretamente na educação formal. Faz-se necessário considerar a escolaridade dos pais para que a orientação da mesma se faça de modo a fomentar o despertar deste universo educacional para que a escola não seja vista como a “instituição” responsável pela educação de seus educandos. Cada um deve se perceber responsável, inclusive o Governo e a sociedade civil.
O fortalecimento da EJA e a inclusão desta modalidade de ensino no FUNDEB, vieram fortalecer a política educacional na melhoria da qualidade da ‘educação para todos’. Tendo em vista que hoje no Brasil, quinze milhões de pessoas são analfabetas precisamos considerar e garantir esse fortalecimento enquanto política educacional.
É necessário reconhecer e valorizar os saberes que são construídos ao longo da vida, para que a educação na EJA seja vista e sentida como instrumento de emancipação dessas pessoas assim como idealizava Paulo Freire e Karl Marx.

“Só aprende verdadeiramente aquele que se apropria do aprendido, transformando em apreendido... O aluno aprende quando desafiado, a fim de aplicar seus conhecimentos a situações reais concretas”. (Paulo Freire)

Texto desenvolvido por Cydnara Ximenes de Melo após a leitura do texto: Plano Setorial de Educação que faz referências às políticas educacionais voltadas a EJA no governo Lula, na disciplina de Gestão de Programas e Projetos Educacionais e Avaliação Institucional, ministrada pela professora Ms. Miriam Brasil no curso de especialização em Educação Profissional vinculado a Educação Básica na modalidade de Jovens e Adultos (PROEJA) pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará – IFCE.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

REFLEXÃO - NOVAS PERSPECTIVAS... BOM COMEÇO!

Que em 2010 continuemos nosso caminhar na educação trilhando e construindo sucessos!!
A responsabilidade de um médico é de salvar vida a qualquer custo e a do professor é de educar, mas não a qualquer custo, pois o ato de educar exige muito mais dedicação, perseverança e paciência já que é desenvolvido cotidianamente... E de sua prática depende muitas vidas... O fazer e refazer pedagógico são ou devem ser construídos numa perspectiva transformadora e humana 'todo mundo é gente e toda gente, deve brilhar'... São muitas crianças e jovens, neles, há esperança de uma vida digna, visto que são vítimas de uma sociedade tão complexa e cruel e muitas vezes não têm família, não têm referências... E na escola eles podem encontrar encantamento, alegria, realização e construir, semear e concretizar seus sonhos!! Tudo isso depende de como "AS PESSOAS" vem direcionando esse percurso...
Assim, a relação ensino-aprendizagem ultrapassa os muros da escola, já que consolida também relações possíveis de crescimento humano e intelectual em que os valores essenciais para a vida em sociedade (respeito, solidariedade, amor, compaixão, amizade, sinceridade...), são imprescindíveis para estabelecer, criar e renovar essas relações e, segundo Marx, não podemos esquecer das crises, elas são essenciais para as mudanças e transformações!
Sendo assim, o que queremos construir, moldar ou inovar enquanto professores/educadores?